quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Classe social que controla os meios de produção e lucra com o trabalho do proletariado


Classe social que controla os meios de produção e lucra com o trabalho do proletariado

A burguesia está diretamente ligada a criação do capitalismo.

A burguesia é a classe social que detém e controla os meios de produção. Ela domina o proletariado e tudo ligado à política e a economia de uma sociedade. Sua formação está associada ao surgimento do capitalismo.  Surge com o final da Idade Média e reconfiguração da sociedade como um todo, dando início a Idade Moderna e um novo mundo. 

A palavra burguesia vem de “burgo”. Os burgos eram cidades medievais que foram se formando conforme a queda da Idade Média. Os indivíduos que habitavam os burgos controlavam o mercado, o lucro e o consumo dos outros indivíduos, principalmente aqueles que não habitavam essas cidades. Com o passar do tempo, os burgueses foram controlando cada vez mais as relações de mercado e assim, ascendendo ao poder.

É Karl Marx, filósofo alemão, que define a burguesia como a classe social detentora dos meios de produção. Para ele, é por isso que ela se torna dominante da classe operária, o proletariado.

Surgimento da burguesia

O surgimento da burguesia está diretamente ligado a alguns fatos históricos de extrema relevância. A queda da Idade Média trouxe um novo modelo de sociedade vigente, reconfigurando a política, a economia e as relações sociais entre os indivíduos. 

A decadência da Idade Média trouxe uma série de movimentos que foram importantes para reconfiguração da sociedade. A queda do feudalismo como sistema organizacional da sociedade é um exemplo, assim como a Reforma Protestante.

Essa reconfiguração dá espaço a diversas mudanças. Esse período ficou conhecido com Era Moderna que produziu um cenário perfeito para o surgimento da burguesia como classe social. 

A burguesia conquista espaço no poder e no controle político representando o livre comércio, sem interferências, assim como as liberdades individuais de cada indivíduo, bem como a escolha da própria religião e o modo de vida. 

A expansão marítima que foi crescendo nessa época gerou a ampliação das relações comerciais pelo mundo, fortalecendo também as relações entre os burgueses. Essa ampliação das relações ligadas ao comércio, assim como as trocas comerciais, foi uma das responsáveis pela ascensão da burguesia.  No final da Idade Média, novas rotas comerciais foram traçadas pelo Mar Mediterrâneo, ascendendo o status comercial e lucrativo da burguesia. 

No Renascimento Cultural, várias ideias filosóficas foram propagas na sociedade. Essas ideias também contribuíram diretamente na formação da burguesia. O Renascimento Cultural foi também responsável por dissolver o modelo de pirâmide social vigente naquela época. 

Os burgos e sua ascensão transformaram as relações do clero e dos indivíduos nobres com a sociedade em geral, assim como sua atuação. A burguesia era antes pertencente ao povo e aos poucos foi conquistando o poder e tirando esse poder das mãos das classes mais altas. 

A burguesia e o proletariado

As teorias marxistas e socialistas trazem as definições das relações entre a burguesia e o proletariado. Essas teorias foram estudas e apresentadas pelos filósofos Karl Marx e Friedrich Engels. 

Para esses filósofos, a burguesia é classe dominante do proletariado. Essas duas classes são extremamente diferentes e distintas. Os burgueses dominaram os meios de produção, assim como os lucros, tornando o proletariado a classe subalterna, que vende sua força de trabalho. 

O controle da burguesia sobre aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais contribui diretamente para esse controle, que vai aparecer de forma injusta. 

O socialismo e o marxismo definem o proletariado como a classe social completamente dominada. Os trabalhadores produzem para o lucro dos patrões, os burgueses. Essa relação de controle se configura também pela exploração. 

O socialismo marxista

A definição do socialismo marxista é feita por Karl Marx e Friedrich Engels. Essa corrente ideológica acabou inspirando importantes revoluções sociais pelo mundo, já que os filósofos acreditavam que só uma revolução conseguiria mudar as relações de exploração entre patrão e empregado. 

Marx e Engels apresentam a teoria a partir das críticas feitas ao capitalismo e a forma como ele é desenvolvido na sociedade. Para os filósofos, a sociedade era dividida entre burgueses e proletariados. 

Os burgueses eram aqueles que controlavam todos os meios de produção, assim como os lucros provindo deles e os proletariados que atuavam na sociedade com sua força de trabalho, mas sem receber um lucro justo por isso. 

Foi no século XIX que a teoria foi formada, principalmente porque o mundo vivia um contexto de ampla ascensão do capitalismo e do liberalismo econômico.

A burguesia conseguiu a sua ascensão nesse cenário. Assim, ela conseguiu não só controlar as questões econômicas da sociedade, mas passaram também a controlar as questões políticas, sociais e culturais. 

Para conseguir ter tanto controle econômico, a burguesia foi cada vez mais explorando os indivíduos pertencentes às classes mais baixas da sociedade. O proletariado oferecia sua mão de obra e não recebia o valor justo pela sua força de trabalho. Marx chamou de mais-valia essa relação entre o controle absoluto dos meios de produção feito pelos burgueses, que lucravam com isso. 

Essa injustiça sofrida pelo proletariado serviu como para Marx e Engels. Eles passaram a desenvolver as bases da teoria e defendia a ideia de que esse contexto não iria ser modificado sem que houvesse uma revolução da classe oprimida pelos burgueses. 

Marx defendia também a ideia de que seria necessário a união das classes oprimidas, no que ele chamava de Revolução Socialista, baseada na luta armada. Sem isso, Marx acredita que não seria possível mudar esse status. 

A ideia era que os indivíduos proletariados se juntassem para tomar, através da luta, os meios de produção e os poderes absolutos do Estado. Assim, eles iriam poder representar os interesses de todos, tornando a sociedade mais justa para as classes mais baixas. 

O filósofo ainda entendia que essa revolução era um dos meios para se estabelecer o socialismo como modelo de sociedade, o que para ele era o modelo ideal. O socialismo entraria em cena para derrubar o capitalismo e poder absoluto dos burgueses. 

Essa corrente ideológica inspirou grandes revoluções pelo mundo, como a Revolução Russa e a Revolução Cubana. Apesar disso, também recebeu duras críticas desde a sua formação.

Socialismo refere-se a qualquer uma das várias teorias de organização econômica que advogam a administração e propriedade pública ou coletiva dos meios de produção e distribuição de bens, propondo-se a construir uma sociedade caracterizada pela igualdade de oportunidades e meios para todos os indivíduos, com um método igualitário de compensação. Podemos dizer que o proletariado tem que ser mais valorizado ao contribuir com o enriquecimento da burguesia através da venda da força de trabalho.


 

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